Módulo 41. Imperialismo e a Partilha Afro-asiatica
Introdução
A partir do século XV as potências mais desenvolvidas passaram a sentir a necessidade de expandir seus mercados. Nesse primeiro período, portugueses, espanhóis, ingleses e franceses estabeleceram, na América, colônias que ao serem exploradas garantiam grandes lucros. Entretanto, no século XIX grandes transformações políticas e econômicas e o rompimento do chamado sistema colonial provocaram o início de uma nova disputa por colônias, essencialmente ligada as consequências da Segunda Revolução Industrial. Com o assombroso aumento da produção verificado nesse momento, as grandes potências iniciaram uma nova corrida colonial em busca de mercados consumidores de produtos industrializados e fornecedores de matérias-primas. Nesse novo sistema colonial, chamado de imperialismo[1], a África e boa parte da Ásia foram dominadas e divididas entre as principais potências capitalistas do período.
Motivações econômicas: A partir da segunda metade do século XIX a economia mundial passou a ser profundamente modificada. Da mesma forma, a sociedade passava a sentir os efeitos (positivos e negativos) da chamada Segunda Revolução Industrial, caracterizada pelo uso de novas fontes de energia, novas indústrias nos setores químico e eletrotécnico e grandes avanços nos meios de transporte e comunicação. Nesse período, o rápido crescimento populacional não acompanhou o rápido aumento da produtividade, o que acabou gerando excedentes de mercadorias e de capitais e uma acirrada concorrência entre as empresas.[2] A produção acentuada provocou uma imediata queda nos preços e forte crise econômica entre 1873 e 1896. Para fugir da crise, os grandes capitalistas industriais necessitavam conquistar novos mercados consumidores de bens industrializados, fornecedores de matérias-primas e próprios para receberem novos investimentos.
Motivações políticas: A luta pelo controle das fontes de matérias-primas que eram fundamentais para a continuidade da produção (petróleo e minérios principalmente) e a necessidade de exportar a produção excedente incentivou o crescimento da rivalidade entre os países capitalistas. Essa concorrência por novos mercados fez com que esses países passassem a investir em poderio militar e na segurança nacional. Muitas áreas dominadas tinham apenas a função estratégica e foi se criando assim, ao mesmo tempo, um sentimento de orgulho nacional.
Motivações culturais: Por fim, os europeus justificavam o domínio da África e da Ásia alegando esse ser um direito natural da civilização europeia, superior em todos os sentidos. Com esse discurso se criou o mito da superioridade racial e cultural dos europeus Enquanto exploravam de forma desumana e brutal os povos africanos e asiáticos, as potências capitalistas afirmavam que tinham a missão de levar até essas civilizações os progressos da Revolução Industrial. Essa missão foi chamada de missão civilizadora.
Partilha da África
O interesse e forte disputa dos países europeus pelo domínio das terras da África gerou aquilo que ficou conhecido como a Partilha da África. Preocupados com essa disputa e temendo que ela pudesse provocar uma guerra de grandes proporções, as principais potências da Europa que exploravam o continente africano decidiram estabelecer normas que deveriam ser seguidas para a conquista e colonização de territórios ainda inexplorados. Na Conferência de Berlim, ocorrida em fevereiro de 1885, além de terem delimitado os territórios coloniais, os europeus decidiram que uma nação só teria direito de explorar um território se mantivesse nele autoridade capaz de fazer respeitar o seu direito e fizeram um novo mapa da África que fixava fronteiras artificiais, misturava culturas e línguas diferentes e separava povos que tinham grande identidade cultural.
A África do Sul
Partindo das colônias do Cabo e de Natal, os ingleses venceram as populações negras (os zulus) e começaram a se interessar pela República do Transvaal e do Orange – fundadas pelos bôeres (africanos brancos de origem holandesa).
A política anti-inglesa do Transvaal – aproximando-se da Alemanha e negando aos estrangeiros direitos políticos e permissão para explorar minas – precipitou a Guerra dos Bôeres (1899 / 1902). Vencedora, a Inglaterra anexou as duas repúblicas, às quais concedeu autonomia limitada e, posteriormente, formou a União Sul-Africana, reunindo Transvaal, Orange, Cabo e Natal (1910).
A África do Norte
Nessa região as populações eram fortemente islamizadas e integradas ao Império Otomano, ao qual se subordinariam as dinastias do Marrocos, da Tunísia, Argélia e Egito. A penetração europeia foi iniciada pela França, que começou a conquista da Argélia (em 1830), embora tenha entrado em choque com os ingleses no Egito, com os italianos na Tunísia e com os alemães no próprio Marrocos.
No Egito, os franceses investiram capitais na política de modernização do país culminada com a construção do Canal de Suez (1869) e, impossibilitado de pagar essa dívida, o vice-rei Ismail vendeu a maioria das ações da Companhia do Canal para a Inglaterra.
Mas, nem assim o país se salvou da bancarrota, criando-se uma Caixa da Dívida Pública administrada por agentes ingleses e franceses. A crescente dependência aos estrangeiros provocou a explosão do nacionalismo egípcio e, antecipando-se à França, os ingleses invadiram o país, esmagaram os revoltosos e estabeleceram um regime de protetorado (1882). Em consequência. A França foi afastada do Egito, em troca do apoio inglês à política francesa de conquista do Marrocos.
Na Tunísia, a má situação financeira dos governadores deu aos franceses a oportunidade de proclamar um protetorado sobre o país. A Itália – que investira capitais na Tunísia – protestou, mas a ocupação francesa foi mantida. Dominada por forte ressentimento contra os franceses, a Itália aproximou-se da Alemanha e da Áustria-Hungria formando com elas a Tríplice Aliança (1882).
A conquista do Marrocos pela França foi bastante difícil não só pela resistência das populações, mas pelas ambições alemãs. O choque dos imperialismos francês e alemão no Marrocos gerou graves crises internacionais que contribuíram para provocar a Primeira Guerra Mundial.
A África Intertropical
Essa região constituía um mundo heterogêneo, habitado por grandes populações negras com culturas diversas, evolvendo instituições primitivas – tribos de caçadores, pescadores e coletores. Muitos grupos haviam sido islamizados, sem esquecer os cristianizados etíopes e prevaleciam sistemas coletivistas, predominando como unidade econômica a aldeia.
Na África Oriental, pouco conhecida até 1870, os ingleses projetavam construir uma ferrovia do Cabo ao Cairo e garantir o domínio do Mar Vermelho; em sua expansão pela região, apoderaram-se de Uganda, Quênia, Zanzibar, Somália Britânica e Sudão. Na conquista do Sudão os ingleses enfrentaram feroz resistência liderada por chefes muçulmanos. Houve também incidentes com a França e a Itália teve que reconhecer a independência da Etiópia após fragorosa derrota.
Por sua vez, a Alemanha assegurou-se da África Oriental Alemã (Tanganica e Ruanda-Burundi) frustrando o projeto ferroviário inglês do Cabo ao Cairo. Na África Ocidental, a França ocupou vastos territórios agrupados sob a denominação de África Ocidental Francesa (Guiné, Senegal, Níger, Costa do Marfim e Mali) e África Equatorial Francesa (Gabão, Congo, Chade e República Centro-Africana), além de impedir a penetração de rivais para o interior.
Na África Ocidental, os ingleses se estabeleceram em Gâmbia, Serra Leoa, Costa do Ouro e Nigéria, enquanto a Alemanha – retardada pela tardia unificação e pela recusa inicial de Bismarck em se envolver na Partilha da África – ocupou o Togo e o Sudeste Africano Alemão (atual Namíbia).
Penetração européia na Ásia
Até o século XIX, a Ásia era um continente isolado. A partir deste século, a situação do continente asiático mudou completamente. Os países do Ocidente começaram a ocupar os territórios asiáticos e a realizar a partilha.
O mercado asiático abriu-se para os produtos ocidentais graças aos investimentos em ferrovias.
A Rússia tinha grande interesse pela expansão territorial da Ásia, pois era um continente bem próximo de suas terras. Entrou em conflito com a Inglaterra na Ásia Central, e com o Japão na Manchúria.
Em 1763, houve a ocupação inglesa na Índia, que até então estava sob o domínio da França.
Em 1858, os soldados indianos, chamados cipaios, recrutados pela Companhia das Índias Orientais, se revoltaram contra os ingleses. Os cipaios, formavam um exército bem mais numeroso que os oficiais britânicos presentes na Índia. A revolução resultou no extermínio de muitos britânicos.
Rapidamente, os ingleses armaram uma perseguição violenta contra os cipaios, com o apoio dos príncipes locais. Assim, os britânicos conseguiram acabar com a Companhia Britânica das Índias Orientais, e integrar a Índia no Império Britânico.
A conquista de Hong Kong, Xangai e Nanquim, na China, ocorreram a partir da guerra do Ópio (1840 – 1842), motivada pelo fato da China proibir a importação de ópio, além de apreender e destruir mais de 20 mil caixas do produto, pertencentes à súditos ingleses.
A invasão da China provocou uma revolta por parte de uma associação secreta, conhecida como Sociedade dos Boxers, presente no norte do país, promovendo rebeliões e atentados contra estrangeiros residentes na China.
As potencias européias organizaram uma expedição em conjunto para combater o movimento, dando início à Guerra dos Boxers, que resultou na dominação da China pelas potências ocidentais.
[1] Pode ser chamado também de novo colonialismo ou neocolonialismo.
[2] A livre concorrência entre as grandes empresas capitalistas provocou uma batalha de preços onde as mais fortes foram vencendo e dominando as mais fracas. Com o passar do tempo, as grande empresas acabaram dominando a produção e comercialização de determinados produtos e estabelecendo assim os monopólios industriais.
Fonte: http://schafergabriel.blogspot.com/2015/03/o-imperialismo-do-seculo-xix.html
Fonte: https://www.colegioweb.com.br/historia/neocolonialismo.html
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