Módulo 13. Reforma Protestante

A Reforma Protestante foi a grande transformação religiosa da época moderna, pois rompeu a unidade do Cristianismo no Ocidente.

Origem da Reforma Protestante

O processo de centralização monárquica que dominava a Europa desde o final da Idade Média, tornou tensa a relação entre reis e Igreja. Até este momento, a Igreja Católica centralizava o domínio espiritual sobre a população e do poder político-administrativo dos reinos.
A Igreja - possuidora de grandes extensões de terra - recebia tributos feudais controlados em Roma pelo Papa. Com o fortalecimento do Estado Nacional Absolutista, essa prática passou a ser questionada pelos monarcas que desejavam reter estes impostos no reino.
Os camponeses também estavam descontentes com a Igreja. Na Alemanha, os mosteiros e bispados possuíam imensas propriedades. Muitas vezes, os bispos e os abades viviam às custas dos trabalhadores da cidade e dos campos.
A Igreja condenava as práticas capitalistas nascentes, entre elas a "usura" - a cobrança de juros por empréstimos - considerada pecado. Defendia a comercialização sem direito a lucro e o "justo preço". Isto reduzia o poder de investimento da burguesia mercantil e manufatureira.

Tomismo e Teologia Agostiniana

Dentro da própria Igreja, dois sistemas teológicos, o tomismo e o da teologia agostiniana, se defrontavam. No entanto, a desmoralização do clero, que apesar de condenar a usura e desconfiar do lucro, veio com a prática do comércio de bens eclesiásticos.
O clero fazia uso da sua autoridade para obter privilégios e a venda de cargos na Igreja era uma prática comum desde o fim da Idade Média.
O maior escândalo foi a venda indiscriminada de indulgências, isto é, o perdão dos pecados em troca de pagamento em dinheiro a religiosos.

A Reforma de Lutero

A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano alemão, e professor da Universidade de Wittenberg. Crítico, negava algumas práticas comuns apregoadas pela Igreja.
Em 1517, revoltado com a venda de indulgências realizada pelo dominicano João Tetzel, Lutero escreveu em documento com 95 pontos criticando a Igreja e o próprio papa.
Estas 95 teses teriam sido pregadas na porta de uma igreja a fim de que seus alunos lessem e se preparassem para um debate em classe. No entanto, alguns estudantes resolveram imprimi-las e lê-las para a população, espalhando assim, as censuras à Igreja Católica.
Em 1520, o papa Leão X redigiu uma bula condenando Lutero e exigindo sua retratação. Lutero queimou a bula em público o que agravou a situação.
Em 1521, o imperador Carlos V convocou uma assembleia, chamada "Dieta de Worms", na qual o monge foi considerado herege.
Acolhido por parte da nobreza alemã refugiou-se no castelo de Wartburg. Ali, se dedicou à tradução da Bíblia do latim para o alemão, e a desenvolver os princípios da nova religião.
Em 1530, a Confissão de Augsburgo, escrita por Melanchthon, discípulo de Lutero, fundamentou a doutrina Luterana.
Seguiram-se guerras religiosas que só foram concluídas em 1555, pela "Paz de Augsburgo". Este acordo determinava o princípio de que cada governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seus súditos.
Em cada região, o Luteranismo assumiu características diferentes: no Sacro Império teve a liderança de Martinho Lutero.

Calvinismo

Suas ideias foram reformuladas por alguns de seus seguidores, particularmente pelo francês João Calvino (1509-1564).
Pertencente à burguesia e influenciado pelo Humanismo e pelas teses luteranas, Calvino converteu-se em ardente defensor das novas ideias.
Escreveu a "Instituição da religião cristã", que veio a ser o catecismo dos calvinistas. Perseguido, refugiou-se em Genebra, na Suíça, onde a Reforma havia sido adotada.
Dinamizou o movimento reformista através de novos princípios, completando e ampliando a doutrina luterana.
Determinou que não houvesse nenhuma imagem nas igrejas, nem sacerdotes paramentados. A Bíblia era a base da religião, não sendo necessária sequer a existência de um clero regular.
Para Calvino, a salvação não dependia dos fiéis e sim de Deus, que escolhe as pessoas que deverão ser salvas (doutrina da predestinação).
Calvinismo expandiu-se rapidamente por toda a Europa, mais do que o luteranismo. Atingiu os Países Baixos e a Dinamarca, além da Escócia, cujos seguidores foram chamados de presbiterianos; na França, huguenotes; e na Inglaterra, puritanos.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/reforma-protestante/
Anglicanismo
Anglicanismo é uma doutrina protestante, vertente doCristianismo, propulsionada pelo rei Henrique VIII, que surgiu na Inglaterra em 1534.

Como Surgiu?

O rei Henrique VIII era casado com Catarina de Aragão, mas pelo fato de a sua descendência ser comprometida em decorrência de entre os filhos que tiveram apenas uma única filha sobreviver, o rei não tinha um descendente que assumisse o trono em seu lugar.
Deste modo, o rei pretendia se divorciar para se casar novamente. Porém, o pedido de anulação de seu casamento não foi aceito pelo papa Clemente VII.
Logo, no ano de 1534, o rei obrigou - através do chamado Ato de Supremacia - que fosse criada a igreja anglicana, com a qual sobrepunha o poder do Estado sob o poder da Igreja.
Além de deixar de estar sob a autoridade o papa, garantindo, assim, a ampliação do poder da monarquia, o Estado expropriava inúmeras terras pertencentes à Igreja.
Nesse momento, a igreja na Inglaterra deixa de ser católica romana e passa a ser católica reformada.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/anglicanismo/
Anabatista
Anabatismo foi um movimento religioso surgido com as Reformas Protestantes do século XVI, inspirado nas ideias de Martinho Lutero, que foram desenvolvidas contra o poder religioso, social e político da Igreja católica. O nome foi em decorrência dos batizados dos anabatistas ocorrerem na fase adulta da vida, escolhendo conscientemente se entregar à religião cristã, em oposição ao ritual católico, por exemplo, em que o batismo é realizado com recém-nascidos. Dentre os pregadores anabatistas os que se destacaram foram Thomas Münzer, Conrad Grebel, Felix Manz, João de Leyde e Nicolau Storch.
O anabatismo se espalhou em várias partes do mundo, iniciando em regiões da atual Alemanha e Suíça, chegando posteriormente à Polônia, Moscóvia, Hungria e Estados Unidos, no século XIX, onde ficaram conhecidos como menonitas. O anabatismo não foi um movimento religioso unificado, mas havia características comuns dentre os vários grupos surgidos. Os primeiros eram humanistas, mas também boa parte deles saiu das classes exploradas da sociedade feudal em decomposição, como camponeses ou trabalhadores urbanos.
As condições de vida, de dificuldades materiais e de subordinação hierárquica social, que fundamentavam a exploração do trabalho dessas pessoas, levaram os anabatistas a encontrarem na religião uma expressão de sua discordância à situação social na qual estavam inseridos. Apesar de apresentar tendências diversas, algumas pacifistas, outras revolucionárias, havia em comum a necessidade de rebatizar os indivíduos, além de defenderem a separação entre Estado e igreja, de extinguir o culto de imagens e pregarem uma vida de simplicidade, criando relações sociais em que houvesse uma igualdade entre todos.
Dessa forma, os anabatistas criaram uma consciência social, em que se viam como explorados pelas classes superiores, como a nobreza e o clero, e proporam formas de organização sociais distintas, pautadas numa igualdade inspirada na interpretação cristã da igualdade entre todos os homens. Alguns pregadores, como Thomas Münzer e João de Leyde, criaram comunidades baseadas no cristianismo primitivo, uma suposta origem da religião cristã, onde tudo era dividido por todos.

Fonte: 

Contrarreforma

A Contrarreforma foi o movimento que surgiu na Europa em consequência da expansão do protestantismo. Em 1534, foi fundada por Inácio de Loyola, ex-soldado espanhol da religião basca, uma ordem religiosa denominada "Companhia de Jesus".
Organizada de acordo com o modelo militar, a Companhia formava seus membros, os jesuítas, como "soldados de Cristo". Estes gozavam da confiança do papa e buscavam combater o protestantismo por meio do ensino e expansão da fé católica.
Decidiu-se a reativação do Santo Ofício, criado durante o século XIII, responsável pelo Tribunal da Inquisição. Sua função era julgar aqueles que se desviavam do dogma da Igreja.
Em 1545 e 1563, realizou-se o Concílio de Trento, com representantes da Igreja Católica de toda a Europa. Igualmente estavam presentes membros da igreja luterana e da ortodoxa.
Deste Concílio, surgiu uma Igreja reformada. Foi criado ainda o “Index”, lista de livros proibidos pela Igreja, incluindo livros científicos (de Galileu, Giordano Bruno, entre outros). A formação do clero deveria ser mais rigorosa e foi proibida a venda de cargos religiosos.
Contrarreforma não destruiu o protestantismo, mas limitou sua expansão. Seu sucesso encontra-se na América Latina, local de maior concentração de católicos no mundo.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/reforma-protestante/

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