Módulo 19. América Espanhola Colonial

Para sabermos um pouco mais sobre a emancipação política na América Espanhola, é preciso recordar como foi a sua colonização.
É preciso compreender como a sociedade se comportava e lembrar mercantilismo, colônias de exploração, etc., para podermos dizer que mesmo se tornando independentes, a estrutura dessas sociedades não se modificou.

Colonização

A Espanha era uma metrópole mercantilista. Isto quer dizer que as colônias só serviam para serem exploradas. A colonização só teria sentido se as colônias pudessem fornecer produtos lucrativos. Desta forma, a maioria das colônias espanholas (e também portuguesas) foram colônias de exploração, que dependiam das regras impostas pela metrópole.

O fator mais importante pela colonização espanhola foi a mineração. A base da economia espanhola eram as riquezas que provinham, especialmente da Bolívia, a prata e também o ouro de outras colônias. Foi esta atividade, a mineração, a responsável pelo crescimento de outras,  como a agricultura e a criação de gado, necessários para o consumo de quem trabalhava nas minas.
Quando a mineração decaiu, a pecuária e a agricultura passaram a ser as atividades básicas da América Espanhola.

A Exploração do Trabalho

Em alguns lugares, como Cuba, Haiti, Jamaica e outras ilhas do Caribe, houve exploração do trabalho escravo negro. Porém, de modo geral o sistema de produção na América Espanhola se baseou na exploração do trabalho indígena.
Os indígenas eram arrancados de suas comunidades e forçados ao trabalho temporário nas minas, pelo qual recebiam um salário miserável. Como eram mal alimentados e tratados com violência, a maioria dos indígenas morria muito rápido.

A Sociedade Colonial Espanhola

A grande maioria da população das colônias era composta pelos índios. A população negra escrava era pequena e foi usada como mão de obra, principalmente nas Antilhas.
Quem realmente mandava e explorava a população nativa eram os espanhóis, brancos, que eram a minoria mas, eram os dominadores.
Assim podemos dividir a sociedade entre brancos (dominadores) e não-brancos (dominados ).
Mesmo entre a população branca havia divisões, como :
  • Chapetones - colonos brancos nascidos na Espanha, eram privilegiados.
  • Criollos - brancos nascidos na América e descendentes dos espanhóis. Eram ricos, proprietários de terras mas, não tinham os mesmos privilégios dos Chapetones.
Além disso, a mistura entre brancos e índios criou uma camada de mestiços.

A Administração Espanhola

Os primeiros conquistadores foram também os primeiros administradores. Eles recebiam da Coroa espanhola o direito de governar a terra que tivessem descoberto.
Com o crescimento das riquezas, como o ouro e prata descobertos, a Coroa espanhola foi diminuindo o poder desses primeiros administradores e passou ela própria a administrar.
Dessa forma, passou a monopolizar o comércio e criou órgãos para elaborar leis e controlar as colônias.


Fonte:ttps://www.mundovestibular.com.br/articles/4517/1/A-AMERICA-ESPANHOLA/Paacutegina1.html

Com a efetivação do projeto de dominação colonial espanhol, os novos conquistadores da América iniciaram a implantação de um complexo sistema de controle sob as regiões dominadas. Valendo-se da justificativa religiosa e do grande interesse comercial da Coroa, a Espanha apresentou hábitos, instituições e homens que garantiram o funcionamento da lógica de exploração hispânica. 

Inicialmente, as possessões espanholas foram divididas em quatro grandes Vice-reinados: Nova Espanha (MEX), Nova Granada (COL/EC), Peru (PERU/BOL) e Rio da Prata (PAR/URU/ARG). Paralelamente, houve a instalação de outras quatro capitanias-gerais: Cuba, Guatemala, Chile e Venezuela. Nomeados pela Coroa, os vice-reis e capitães-gerais contavam com uma série de órgãos que legitimavam sua autoridade político-administrativa. 

Na esfera regional, ainda existiam os cabildos (ou ayuntamientos), que funcionavam como câmaras municipais incumbidas de resolver as questões de caráter local. Todos os cargos do alto escalão administrativo da Coroa Espanhola eram dominados por um grupo específico. Somente os indivíduos nascidos na Espanha, chamados chapetones, podiam ocupar estes cargos. 

Logo em seguida, existia uma elite local que detinha o controle sobre as atividades comerciais e agro-exportadoras. Os criollos formavam uma elite nascida em solo americano que, por determinação da administração colonial, não usufruíam dos mesmos privilégios políticos da classe chapetone. Esse tipo de separação causou grandes conflitos entre criollos e chapetones na América espanhola. 

Nos extratos intermediários da sociedade colonial hispânica estavam os mestiços. Esses, apesar de serem trabalhadores livres, não desfrutavam de nenhuma espécie de direito político. Por fim, as populações indígenas compunham a grande parcela da população colonial e, ao mesmo tempo, representava o sustentáculo de toda economia. A exploração da mão-de-obra indígena era organizada em duas diferentes modalidades: a mita e a encomienda. 

A mita consistia em uma espécie de imposto pago em forma de trabalho. Essa relação de trabalho, herdada dos incas, escolhia por sorteio parcelas da população indígena que deveriam compulsoriamente prestar serviços durante um período de três a quatro meses. Já encomienda era um tipo de relação de trabalho onde um encomendero organizava as populações que teriam sua mão-de-obra explorada. Em troca, os índios recebiam a catequização católica. A escravidão também foi explorada na América Espanhola, principalmente na medida em que a mão-de-obra indígena mostrava-se insuficiente. 

O Conselho Real e Supremo das Índias era o órgão máximo da administração colonial. Para controlar as riquezas produzidas e a cobrança dos impostos foi criada na metrópole a Casa de Contratação. Nelas, o “sistema de porto único” era dotado para evitar o contrabando comercial. Segundo esse sistema, somente nos portos de Cádiz e Sevilha poderia circular os produtos oriundos e destinados ao continente americano. Em solo americano, somente os portos de Veracruz (MEX), Porto Belo (PAN), e Cartagena (COL) podiam comercializar com a Espanha. 

Ao longo do século XVII e XVIII, os interesses político-econômicos da elite criolla e a ascensão do ideário iluminista criaram um sério desgaste na administração colonial espanhola. Com o advento da Era Napoleônica, as autoridades coloniais metropolitanas perderam sua autoridade no momento em que Napoleão ameaçava a estabilidade do poder central hispânico. Nesse contexto, as várias independências latino-americanas do século XIX deram fim ao poderio colonial espanhol.

Fonte: http://hid0141.blogspot.com.br/2009/09/administracao-colonial-espanhola.html

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