Módulo 39. Pensamentos políticos do século XIX
Liberalismo
Liberalismo foi uma doutrina de pensamento econômico, político e social, que surgiu na Europa, no século XVIII, contra o mercantilismo e a intervenção do Estado na economia.
Liberalismo Político
As bases do liberalismo político foram lançadas pelo filósofo inglês, representante do Iluminismo, John Locke(1632-1704), em sua obra “Segundo Tratado do Governo Civil”.
Nela, ele negava a origem divina do poder e defendia a ideia de que os cidadãos tinham o direito natural de liberdade, propriedade privada e resistência contra governos tiranos.
John Locke propunha a substituição do absolutismo por uma relação “contratual” entre governadores, devendo as bases desse relacionamento serem estabelecidas por um conjunto de leis escritas, a constituição.
Liberalismo Econômico
O liberalismo econômico ganhou contornos definitivos com o economista escocês Adam Smith (1723-1790), considerado o criador do liberalismo econômico.
Em sua obra “A Riqueza das Nações”, mostrava a divisão do trabalho como elemento essencial para o crescimento da produção e do mercado.
Esse modelo dependia da livre concorrência, que forçaria o empresariado a ampliar a produção, buscando novas técnicas, aumentando a qualidade do produto e baixando ao máximo os custos da produção.
Isso favoreceria a lei natural da oferta e da procura, viabilizando o sucesso econômico geral e a prosperidade de todos.
Depois de Adam Smith, o economista inglês, David Ricardo (1772-1823) foi o maior representante da escola liberal também chamada clássica, originada na Inglaterra.
Na obra “Princípios de Economia Política e Tributação”, Ricardo desenvolveu a teoria do valor do trabalho. Nela, ela defendeu a lei férrea dos salários, segundo a qual o preço da força de trabalho seria sempre equivalente ao mínimo necessário à subsistência do trabalhador.
Em oposição ao Mercantilismo e devido a Revolução Industrial, o Liberalismo Clássico solidifica-se, no século XIX, constituindo a ideologia predominante na sociedade ocidental.
Com a rápida expansão do capitalismo, o Liberalismo assumiu formas distintas, valorizadas diferentemente segundo cada país.
Nacionalismo
Quando trabalhamos com o nacionalismo, sempre temos que voltar a uma primeira definição, capaz de deduzir o que vem a ser a nação. Em um primeiro momento, entendemos “nação” como um conjunto de experiências históricas, comportamentos, crenças e outros hábitos que definem a identidade de um povo. Contudo, ao pensarmos sobre a nação, vemos que a construção de uma identidade única é sempre problemática e inacabada.
Apesar deste problema conceitual, vemos que o nacionalismo se desenvolveu em determinadas culturas, não só postulando a partilha de uma identidade coletiva, mas também fomentando certas verdades e comportamentos em relação aos povos que não pertenciam à mesma nação. De certo modo, ao enxergar os seus próprios limites, o nacionalismo se volta para o âmbito das diferenças para hierarquizar os povos e construir uma visão positiva de seu povo.
Percebido com mais clareza no século XIX, o sentimento nacionalista pode ser visto como um dos mais significativos desdobramentos gerados pela Revolução Francesa de 1789. Ao lutarem contra as imposições do absolutismo, os franceses empreenderam a formulação de um amplo discurso, em que a vontade do povo e da nação se confundia com o desejo de suspender qualquer hábito ou lei que estabelecesse o privilégio de um grupo em detrimento da maioria.
Mesmo apresentando visíveis problemas, principalmente no que tangia ao conflito de interesses entre a burguesia e as camadas populares, o sentimento nacionalista se fortaleceu como instrumento de mobilização nos movimentos antimonárquicos que se desenvolveram na Europa do século XIX. Nesse mesmo período, a onda nacionalista também ganhava fôlego com o imperialismo, que se assentava na ideia de superioridade de uma nação como justificativa de seu domínio em outras regiões do mundo.
Do ponto de vista histórico, o nacionalismo também veio a fomentar as rivalidades que forneceriam sentido à ocorrência da Primeira Guerra Mundial. Afinal de contas, as rivalidades imperialistas estavam sempre próximas a um discurso em que o interesse de uma nação deveria estar acima das “injuriosas” ameaças de outras nações inimigas. Com isso, as noções de superioridade e rivalidade se mostraram como “centrais” na organização do ideário nacionalista.
Prosseguindo pelo século XX, o nacionalismo alcançou sua expressão mais radical com o surgimento dos movimentos totalitários na Europa. Mais do que simplesmente defensores da nação, esse movimentos tomaram para si a ideia de que as liberdades individuais deveriam ser suprimidas em favor de um líder máximo, capaz de traduzir e executar os anseios de toda uma coletividade. Observado o horror e o fracasso da Segunda Guerra Mundial, podemos ver o trágico resultado desse tipo de expressão extrema.
Ainda hoje, apesar da globalização e o encurtamento das distâncias entre os povos, o nacionalismo aparece ainda na expressão de alguns pequenos grupos que rejeitam o ideal de integração contemporâneo. Em alguns países, os chamados neonazistas, também aparecem alimentados por um nacionalismo que repudia a chegada de imigrantes que saem de sua terra natal em busca de oportunidades e melhores condições de vida. Sem dúvida, a questão nacionalista ainda se movimenta no tempo presente.
Socialismo
O socialismo é um sistema político e econômico baseado naigualdade. Por isso, o socialismo propõe a distribuição igualitária de renda, extinção da propriedade privada, socialização dos meios de produção, economia planificada e, além disso, a tomada do poder por parte do proletariado.
O socialismo visa uma sociedade sem classes onde bens e propriedades passam a ser de todos. O objetivo é acabar com as grandes diferenças econômicas entre os indivíduos, ou seja, a divisão entre pobres e ricos.
História do Socialismo
O socialismo surgiu no século XVIII como forma de repensar o sistema vigente, neste caso, o capitalismo. Para tanto, o primeiro estudioso a utilizar o termo socialismo foi Henri de Saint Simon (1760-1825), filósofo e economista francês.
Ele propôs a criação de um novo regime político-econômico, no qual os homens repartissem os mesmos interesses e recebessem adequadamente pelo seu trabalho. Tudo isso, pautado no progresso industrial e científico.
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) publicaram o “Manifesto Comunista” em 1848. O texto apresenta:
- princípios do socialismo científico
- pensamento comunista
- conceito de luta de classes
- crítica ao modo de produção capitalista
- crítica aos três tipos de socialismo (utópico, reacionário, conservador)
- materialismo dialético e histórico
- o conceito de mais-valia
- a revolução socialista
Por isso o socialismo científico, muitas vezes é conhecido pelo nome de Marxismo, por estar associado ao Karl Marx.
Socialismo Utópico
O socialismo utópico, desenvolvido no século XIX, é fundamentado na mudança da consciência dos indivíduos das classes dominantes. Isto acontece por meio de um modelo idealizador e, por isso leva o nome de “utópico”.
Um dos grandes estudiosos desta corrente foi o filósofo e economista francês Claude-Henri de Rouvroy, mais conhecido por Conde de Saint-Simon (1760-1825).
Outros que junto com ele levaram a cabo os estudos sobre este modelo são: Charles Fourier (1772-1837), Pierre Leroux (1798-1871), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858).
Karl Marx criticava esse tipo de modelo. Para ele, o socialismo utópico apresentava os ideais de uma sociedade mais justa e igualitária mas não explorava as ferramentas nem o método para que os objetivos fossem atingidos.
Socialismo Científico
O socialismo científico ou socialismo marxista foi um sistema no qual o método estava pautado na análise crítica e científica do capitalismo.
Diferentemente do Socialismo Utópico, essa corrente teórica não buscava uma sociedade ideal. Seus teóricos se baseavam numa análise histórica e filosófica da sociedade, daí o termo "científico".
O socialismo científico foi criado por Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) no século XIX.
Para os marxistas, o capitalismo era baseado em duas classes: explorados e os exploradores. Por isso, a proposta desta corrente esteve fundamentada na luta de classes, na revolução da classe proletária, no materialismo dialético e o materialismo histórico e na doutrina da mais-valia.
O importante não era extinguir o capitalismo, mas sim compreender suas leis. Os marxistas acreditavam que dificilmente o capitalismo seria substituído por outro modelo político econômico.
Entenda o conceito de Economia Planificada, sistema econômico proposto pelo Socialismo.
Socialismo cristão
Também chamado de catolicismo social, surge em fins do século XIX, em oposição às ideias socialistas, e prega a aplicação dos ensinamentos cristãos para corrigir os males criados pela industrialização.
Defende a organização sindical e a justiça social. Com a encíclica Rerum novarum (1891), tida como uma resposta conservadora ao Manifesto Comunista (1848), o Papa Leão XIII (1878-1903) reconhece a gravidade da questão social produzida pelo capitalismo, mas rejeita as soluções revolucionárias ou igualitárias.
Comunismo
O comunismo é um sistema de crenças, contrárias ao capitalismo. De fato, é a negação do conceito de propriedade privada do capital.
Características do Comunismo
Do ponto de vista histórico, o comunismo seria o ápice de uma longa evolução da humanidade. Assim, os regimes predecessores, em especial, o capitalismo e o socialismo, seriam responsáveis pelo aumento da produtividade.
Sendo assim, ele permitiria um tipo de ordenação social, política e econômica. De tal modo, seriam sistematicamente abolidas as desigualdade responsáveis pela gênese dos problemas sociais, como a violência e a miséria.
O termo “comunismo” é formado pela palavra latina “comunis” (comum), mais o sufixo de origem grega "ismo" que designa esse sistema de ideias ou crenças.
Em termos mais recentes, o comunismo pode ser considerado como a etapa final do socialismo.
O pensamento socialista postula que o comunismo aconteceria no momento em que o Estado fosse extinto. Assim, surgiria uma sociedade na qual as riquezas fossem igualmente divididas entre todos aqueles que contribuíram com sua força produtiva.
Também é comum encontrarmos o termo para referir-se ao Bolchevismo, na Rússia, onde foi implantado pela primeira vez o comunismo moderno, na forma socialista de governo.
Desse prisma, numa primeira fase, ou seja, o socialismo, a propriedade privada seria estatizada e o Estado gerido por um Partido político.
Numa segunda fase, o Estado seria abolido e o poder entregue ao povo. Não haveriam mais governos estatais ou países e não haveria divisão de classes (o que nunca ocorreu de fato).
Na prática, seria uma sociedade em que os meios de produção (fábricas, fazendas, minas, etc.) não seriam mais privados, mas sim públicos, num mundo sem a presença do Estado.
Podemos então afirmar que o comunismo é uma doutrina ou ideologia que tem o objetivo de restabelecer o que se chama "estado natural".
Isso seria possível a partir da criação de uma sociedade sem classes sociais. Ela seria baseada num modo de produção em que a sociedade se libertaria da alienação do trabalho.
Contudo, por desfiar as elites, pois deseja o seu fim, o comunismo enfrenta obstáculos levantados pela classe dominante em todos os momentos em que surgira.
Portanto, seria o último ponto culminante da luta de classes e da luta da classe proletária contra a burguesia.
Por outro lado, esta situação seria possível graças ao aumento da produtividade do trabalho humano, possibilitado pela tecnologia.
A distribuição não mais seria desigual, o que permitiria o bem-estar geral, num contexto de plena liberdade e abundância.
Outro aspecto a se notar, é o fato de, no capitalismo, o trabalho ser livremente comercializado como mercadoria.
Na sociedade comunista, o mesmo não mais seria um aspecto negativo e alienante. Significaria a afirmação do prazer, pois trabalharíamos cada vez menos, eliminando assim os abusos do capitalismo, do liberalismo econômico e do legado do imperialismo e do nacionalismo.
Por fim, vale destacar que o comunismo moderno identifica-se com os partidos comunistas. Eles se embasam, principalmente, no marxismo, no marxismo-leninismo, no maoísmo marxista, ambas estas, doutrinas destinada à igualdade entre a maioria.
Anarquismo
O anarquismo é um sistema político, filosófico e ideológico que corresponde à ausência de governo, ao fim do Estado e da autoridade por ele imposta.
O significado do termo é de origem grega “ánarkhos”, que quer dizer “sem governo” e “sem poder”.
Na atualidade, o termo adquiriu uma simbologia negativa e equivocada. É muitas vezes associada à desordem ou à ausência de regras, utilizada como sinônimo de caos.
Resumo
O anarquismo surge no século XIX. Foi proposto pelo filósofo e político inglês William Godwin (1756-1836), que sugere um novo sistema político e econômico distinto do capitalista. O capitalismo imperava desde a Revolução Industrial.
Para Godwin, a sociedade poderia viver sem as leis e restrições de um governo. Dessa maneira, poderia atingir o equilíbrio por meio da liberdade dos indivíduos representando o estado da sociedade ideal.
Godwin propunha princípios baseados no fim das propriedades privadas e da divisão de classes sociais. Ele também sugeria o fim do Estado e das instituições em geral. A gestão iria ocorrer mediante a ausência de autoritarismo, opressão e dominação.
Outros pensadores continuarão seus estudos e teorias sobre o Anarquismo. Entre eles estão: Max Stirner (1806-1856), Joseph Proudhon (1809-1865), Leon Tolstoi (1828-1910), Mikhail Bakunin (1814-1876), dentre outros. Em meados do século XX, há o declínio do movimento anarquista.
Características
- Liberdade e autonomia dos indivíduos
- Propriedade coletiva
- Autogestão (forma de governo)
- Autodisciplina e responsabilidade
- Educação libertária
- Harmonia e solidariedade
Anarco-sindicalismo
É uma corrente sindicalista que nasceu em Haia em 1872. Na ocasião, ocorria a quinta edição do congresso da Primeira Internacional dos Trabalhadores.
Nessa doutrina, o trabalhador é considerado uma célula importante da sociedade. Diante desse fato, deve ser aperfeiçoado. O anarco-sindicalismo também é considerado um método de luta.
Comuna de Paris
A Comuna de Paris foi a realização de uma forma de governo controlada por trabalhadores e membros de classes populares da França e de outros países, que ocorreu na capital francesa entre 18 de março e 28 de maio de 1871.
Apesar do curto período de existência, a Comuna de Paris esteve na memória coletiva do movimento operário, sendo sua experiência evocada em vários processos revolucionários posteriores, como a Revolução Russa de 1917, a Revolução Alemã de 1918-1919, a Guerra Civil Espanhola de 1936-1939, o Maio de 1968 na França e a Revolução Portuguesa de 1974-1975.
O motivo pela permanência da Comuna de Paris nessa memória coletiva do movimento operário esteve relacionado com o fato de ter sido a primeira experiência de governo dos trabalhadores e cujas formas de organização não decorreram de elaborações teóricas, mas sim de práticas desenvolvidas em consonância com o que se conhecia e com os objetivos que se pretendia alcançar.
A Comuna de Paris foi o resultado revolucionário da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871. A derrota francesa na Batalha de Sedan, em setembro de 1870, levou à queda do imperador Napoleão III e à formação de um governo republicano que passou a ser presidido por Adolphe Thiers, em janeiro de 1871. Uma eleição foi convocada para a Assembleia Nacional, cuja maioria de deputados eleitos em fevereiro do mesmo ano era da ala conservadora do espectro político francês, principalmente ligada aos proprietários rurais.
Ao mesmo tempo, os exércitos prussianos, que se encontravam em território francês, impuseram um cerco a Paris. A população da capital havia organizado diversas manifestações contra a derrota do exército frente aos prussianos e também por melhorias nas condições de vida e trabalho a que estava submetida. A Guarda Nacional francesa também estava verificando um ascenso de insatisfações em seu seio, chegando a formar, a partir de comitês locais de destacamento, uma estrutura federativa que culminou, após algumas assembleias, na formação do Comitê Central da Guarda Nacional.
Thiers, que havia assinado um armistício com o chanceler prussiano Otto von Bismarck em 26 de fevereiro, decidiu transferir a sede do governo para Versalhes, pretendendo retomar a capital que havia fugido de seu controle.
Para a retomada, Thiers pretendeu sequestrar os canhões e armas pesadas que estavam em posse da Guarda Nacional na capital. Em 18 de março, os destacamentos do exército dirigiram-se a Paris com esse intuito, mas foram derrotados pela resistência do Comitê Central da Guarda Nacional, que contou com o apoio dos soldados do exército insatisfeitos com Thiers, que se solidarizaram com os parisienses e com a própria população de Paris. Destacou-se a participação das mulheres que habitavam os bairros operários da cidade, cumprindo papel decisivo na mobilização da própria Guarda Nacional, já que foram elas uma das principais fontes que alarmaram sobre a chegada do exército.
Além da Guarda Nacional, a população de Paris já estava se organizando através dos chamados clubes revolucionários — associações políticas cujas origens remetiam à Revolução Francesa de 1789. Desses clubes foi formado o Comitê Central Republicano de Defesa Nacional dos Vinte Distritos de Paris, que serviu de experiência para a formação da Comuna e também para a mobilização de defesa da cidade contra os prussianos.
Outra instituição que serviu de apoio e de fonte de experiência para a Comuna foi a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) ou I Internacional. Criada em 1864, a AIT congregava organizações de trabalhadores de vários países e tinha na França e em Paris uma de suas principais forças. A AIT também se organizava de forma federativa, garantindo às várias seções nacionais autonomia em relação ao Conselho Geral, que estava sediado em Londres.
Nos dias posteriores à sublevação da Guarda Nacional contra o sequestro dos canhões, foi formada a Comuna de Paris, sob direção do Comitê Central. Eleições foram convocadas para 28 de março com o objetivo de escolher os delegados que formariam a Comuna. Foram eleitos 80 delegados, sendo eleitos 25 operários e 12 artesãos, sendo os demais intelectuais, especialistas e alguns comerciantes representantes dos diversos distritos da capital. Das correntes políticas que participavam os eleitos, existiam membros da AIT, blanquistas, jacobinos, jornalistas radicais e várias outras correntes.
A inovação da Comuna de Paris, e que serviria de experiência para as revoluções posteriores, foi a determinação de que os delegados e demais funcionários não poderiam receber salário maior que o de um operário qualificado e que seus mandatos poderiam ser revogados a qualquer momento, caso mostrassem incapacidade no cumprimento de suas tarefas. Foram ainda criadas diversas comissões (guerra, finanças, ensino etc.) compostas pelos delegados com o objetivo de cumprir as tarefas estipuladas. Essas comissões foram ainda apoiadas por diversos comitês populares formados na cidade.
Com o advento da Comuna, foi adotada em Paris a igualdade civil de homens e mulheres (apesar de estas não poderem votar), supressão do trabalho noturno, supressão do exército permanente para a formação de milícias cidadãs, separação entre Estado e Igreja, ensino laico, gratuito e politécnico; a possibilidade de eleição dos estrangeiros, limitações ao trabalho feminino e infantil, criação da pensão para viúvas e crianças, fim de multas sobre salários, entrega das fábricas abandonadas aos trabalhadores, entre outros.
Apesar dessas realizações e das dificuldades em levar adiante uma experiência de governo nova, influiu ainda contra os comunardos (como eram conhecidos os membros da Comuna) a deflagração de uma Guerra Civil, opondo os habitantes da capital contra as tropas comandadas por Thiers, apoiadas por destacamentos prussianos. A partir de 02 de abril se iniciaram os bombardeamentos a Paris, e os comunardos sofreram sérias derrotas.
Ao longo das semanas, as derrotas foram se intensificando em face da superioridade bélica dos exércitos regulares e dos problemas de organização da defesa prevista pela comissão de guerra. A derrota veio na semana do dia 22 a 28 de maio de 1871, denominada de Semana Sangrenta, em que a resistência popular organizada nos vários distritos de Paris não conseguiu controlar os soldados franceses e prussianos. Mais de 20 mil comunardos foram mortos em batalhas ou execuções, milhares foram deportados e outros 15 mil foram presos.
Tinha fim a primeira experiência de governo dos trabalhadores da história, situação que ficou conhecida também como “assalto aos céus”, em virtude dos objetivos que os comunardos se propuseram a realizar: criar uma nova forma de organização da sociedade.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/liberalismo/
Fonte: https://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/nacionalismo.htm
Fonte: https://www.todamateria.com.br/socialismo/
Fonte: https://www.todamateria.com.br/comunismo/
Fonte: https://www.todamateria.com.br/anarquismo/
Fonte: https://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/comuna-de-paris-1871-o-assalto-aos-ceus.htm
Comentários
Postar um comentário